quarta-feira, 22 de junho de 2011

Segurança e Saúde do Trabalhador





Introdução à Segurança e Saúde doTrabalhador

A legislação sobre Segurança e Saúde do Trabalhado no Brasil é relativamente nova. A publicação do Decreto Lei nº 5.452 que criou a Consolidação das Leis do Trabalho-CLT, data de 1943,  destacamos: 
·       Criação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, através do Decreto Lei nº 7.036 de 10 de novembro de 1944.
·  Criação da Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, hoje Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho- FUNDACENTRO, instituída pela Lei nº 5.161 de 21 de outubro de 1.966.
·       Integração do Seguro de acidentes do Trabalho à Previdência Social, através da Lei nº 5.316 de 14 de setembro de 1.967.
·       Criação obrigatória dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho pelas empresas, através da edição da Portaria nº 3.237 de 17 de julho de 1972.
·       Aprovação das Normas Regulamentadoras NR-Capitulo V, título II da CLT, através da Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1.978.
 Edição da Portaria nº 8 de 23 de fevereiro de 1.999 que alterou a Norma Regulamentadora nº 5 – CIPA, atualmente em vigor.

RESUMO DA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

O que é Previdência Social?
A Previdência Social é um seguro que garante a renda do contribuinte e de sua família, em casos de doença, acidente, gravidez, prisão, morte e velhice. Oferece vários benefícios que juntos garantem tranqüilidade quanto ao presente e em relação ao futuro assegurando um rendimento seguro. Para ter essa proteção, é necessário se inscrever e contribuir todos os meses.

Principais Benefícios da Previdência Social:
Aposentadorias: Especial; por idade; por invalidez e por tempo de contribuição.
Auxílios: *Acidente; *doença; reclusão; por morte; salário – família; salário – maternidade e assistência social- LOAS.

Auxilio Acidente
Benefício pago ao trabalhador que sofre um acidente e fica com seqüelas que reduzem sua capacidade de trabalho. É concedido para segurados que recebiam auxílio-doença. Têm direito ao auxílio-acidente o trabalhador empregado, o trabalhador avulso e o segurador especial. O empregado doméstico, o contribuinte individual e o facultativo não recebem o benefício
Para concessão do auxílio-acidente não é exigido tempo mínimo de contribuição, mas o trabalhador deve ter qualidade de segurado e comprovar a impossibilidade de continuar desempenhando suas atividades, por meio de exame da perícia médica da Previdência Social.

O auxílio-acidente, por ter caráter de indenização, pode ser acumulado com outros benefícios pagos pela Previdência Social exceto aposentadoria. O benefício deixa de ser pago quando o trabalhador se aposenta.

A melhor maneira de minimizar os custos da empresa é investir na prevenção de acidentes. Muitos empresários têm a idéia errônea de que devem diminuir seus investimentos em equipamentos de proteção individual e coletivo; contratação de pessoal de segurança e saúde do trabalhador e medidas de segurança. O custo de um acidente pode trazer inúmeros prejuízos à empresa.
O acidente leva a encargos com advogados, perdas de tempo, materiais e na produção. Sabem-se casos de empresas que tiveram que fechar suas portas devido à indenização por acidentes de trabalho. Com certeza seria muito mais simples investir em prevenção e em regularização da segurança nesta empresa, evitando futuras complicações legais.

Acidente e Doença Relacionados ao Trabalho- Em caso de acidente ou doença relacionada ao trabalho, a empresa deverá preencher a (CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho), e após o 15º dia de afastamento, deverá agendar Perícia Médica junto ao INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) para que seja garantido o Auxílio Doença Acidentário – B-91.

O Auxílio Doença Acidentário – B-91 é um benefício devido em consequência de afastamento do trabalho por motivo de acidente ou doença relacionada ao trabalho, do qual resultou incapacidade temporária para o trabalhador em consequência das seqüelas causadas pelo evento infortunístico, sendo que o valor de tal benefício corresponde a 100% do salário de benefício e será pago enquanto o segurado se encontrar incapacitado para o trabalho. Este benefício garante ao trabalhador a permanência dos depósitos do FGTS durante o tempo que estiver afastado da empresa, bem como a estabilidade de um ano após o seu retorno ao trabalho.

Acidente e Doença não relacionada com o trabalho - No caso de acidente ou doença não relacionada com o trabalho, após o 15º dia de afastamento, a empresa deverá agendar Perícia Médica junto ao INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) para que seja garantido o Auxílio Doença – B-31, que é um direito previdenciário do trabalhador.

O Auxílio Doença – B-31 é um Benefício concedido ao segurado impedido de trabalhar por doença ou acidente, não relacionado com o trabalho, por mais de 15 dias consecutivos. No caso dos trabalhadores com carteira assinada, os primeiros 15 dias são pagos pelo empregador, exceto o doméstico, e a Previdência Social paga a partir do 16º dia de afastamento do trabalho. Este benefício não garante ao trabalhador a permanência dos depósitos do FGTS durante o tempo que estiver afastado da empresa, bem como, não garante a estabilidade de um ano após o seu retorno ao trabalho.

RISCOS  AMBIENTAIS
São considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes/mecânicos que possam trazer ou ocasionar danos à saúde do trabalhador nos ambientes de trabalho, em função de sua natureza, concentração, intensidade e tempo de exposição ao agente.

Tais agentes são:

    RISCOS FÍSICOS
        Ruídos, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, frio, calor, pressões anormais e umidade.
RISCOS QUÍMICOS
        Poeiras minerais, poeiras vegetais, poeiras alcalinas, fumos metálicos, névoas, neblinas, gases, vapores e produtos químicos diversos.
         RISCOS BIOLÓGICOS
         Vírus, bactérias, parasitas, ricketsias, fungos e bacilos.
RISCOS ERGONÔMICOS
        Monotonia, posturas incorretas, rítmo de trabalho intenso, fadiga, preocupação, trabalhos   físicos pesados e repetitivos.
         RISCOS DE ACIDENTES / MECÂNICOS
   Arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminação inadequada, eletricidade, probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento inadequado, animais peçonhentos e ausência de sinalização.

MAPA  DE  RISCOS
O que é o Mapa de Riscos?
Consiste na representação gráfica dos riscos à saúde identificados pela CIPA, em cada um dos diversos locais de trabalho de uma empresa.

         Quais os Objetivos do Mapa de Riscos?
     Reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e saúde no trabalho na empresa. Possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de informações entre os trabalhadores, bem como estimular sua participação nas atividades de prevenção.

         Quem elabora o Mapa de Riscos?
É elaborado pelos membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, após ouvir os trabalhadores de todos os setores produtivos da empresa, com assessoria do SESMT - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, quando este existir.

         Etapas de Elaboração do Mapa de Riscos
·  Conhecer o processo de trabalho no local analisado;
·  dentificar os riscos existentes no local analisado;
·  Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia;
·  Identificar os indicadores de saúde (queixas mais freqüentes, acidentes de trabalho, doenças profissionais, etc.);
·  Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local.
         Representação gráfica do Mapa de Riscos
       Os riscos serão representados por círculos de tamanhos e cores diferentes que devem ser apostos sobre a planta (lay-out) do local analisado. O tamanho do círculo indicará se o risco é grande, médio ou pequeno (quanto maior for o círculo, maior o risco). Para cada tipo de risco os círculos serão representados por uma cor diferente, conforme segue:
·   físicos: verde;
·   químicos: vermelho;
·   biológicos: marrom;
·   ergonômicos: amarelo;
·   acidentes/mecânicos: azul.

Alguns exemplos práticos: Num dado almoxarifado, foi detectada a existência de muita poeira:

Risco grande (muita poeira)

Cor Vermelha (risco químico)
· Em uma área de escritório foram encontradas algumas cadeiras fixas, utilizadas para operação do microcomputador:
Risco médio (cadeiras fixas)

Cor Amarela (risco ergonômico)
·  Na copa foi encontrado um botijão de gás:
Risco pequeno (gás de cozinha)

Cor Azul (risco de acidente/mecânico)

ACIDENTE  DO  TRABALHO
CONCEITO LEGAL
        A Lei nº 8.213 de 24.07.91 da Previdência Social define em seu artigo19 que: Acidente do Trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, ou perda, ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

CONCEITO PREVENCIONISTA
         Uma ocorrência não programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade ocasionando perda de tempo e/ou lesões nos trabalhadores e/ou danos materiais.
Portanto, mesmo as ocorrências que não resultam em lesões ou danos materiais devem ser consideradas como acidentes do trabalho.

TIPOS DE ACIDENTES NO EXERCÍCIO DO TRABALHO
       
     Acidentes de Trajeto: são aqueles que ocorrem no percurso da residência para o trabalho e quando voltamos do trabalho para nossa residência.

        Doença Profissional: é aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho. (Ex: silicose-doença pulmonar freqüente em mineiros de carvão).

       Doença do Trabalho: é aquela adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. (Ex: tenossinovite).

CAUSAS DOS ACIDENTES
Os acidentes do trabalho decorrem basicamente de três causas primárias:

*ATOS INSEGUROS
      São atos executados de forma contrária às Normas de Segurança (ex.: subir em cadeira para trocar uma lâmpada).

CONDIÇÕES INSEGURAS
     São deficiências, defeitos, irregularidades técnicas do ambiente de trabalho que podem ocasionar um acidente (ex.: escada sem corrimão, piso escorregadio).

FATORES PESSOAIS DE INSEGURANÇA
      São as características físicas ou mentais de um indivíduo que podem interferir no trabalho que está sendo realizado (ex.: instabilidade emocional, falta de coordenação motora).

INSPEÇÃO  DE  SEGURANÇA
É a vistoria que se faz nos locais de trabalho, a fim de se descobrir riscos de acidentes:

     INSPEÇÕES DE ROTINA
      São inspeções normalmente efetuadas pelos membros da CIPA e que visam, acima de tudo, observar e evitar a criação de riscos conhecidos, tais como: arrumações perigosas, defeitos nos pontos vitais dos equipamentos, carpetes descolados, utilização de extensões, benjamins (“tês”), atitudes perigosas dos funcionários, etc.

     INSPEÇÕES PERIÓDICAS
       São inspeções que se fazem a intervalos regulares, principalmente para descobrir riscos já previstos, que podem caracterizar-se por desgastes, esforços e outras agressividades a que estão sujeitos móveis, máquinas, etc.

            INSPEÇÕES ESPECIAIS
    São inspeções geralmente realizadas por especialistas em Segurança do Trabalho, utilizando-se equipamentos especiais para monitora- mento de agentes físicos e/ou químicos (Ex.: decibelímetro, termômetro, dosímetro, etc.).

INVESTIGAÇÃO  DOS  ACIDENTES
Investigar um acidente é fazer a sua análise, após a sua ocorrência, com o objetivo de descobrir as causas e tomar providências corretivas para evitar a repetição de casos semelhantes.

Para se realizar uma investigação do acidente, deve-se analisar 5 (cinco) fatores:

         AGENTE DA LESÃO
       É o local, o ambiente, o ato, enfim, o que possa ser o causador da lesão.

         A FONTE DA LESÃO
       É o objeto que, agindo sobre o organismo, provocou a lesão.

         FATOR PESSOAL DE INSEGURANÇA
      Se houver.

         A NATUREZA DA LESÃO
      Estabelecer como foi o contato entre a pessoa lesionada e o objeto ou movimento que a provocou (queimadura, corte, fratura, etc.).

         A LOCALIZAÇÃO DA LESÃO
      Permite, muitas vezes, identificar a fonte da lesão e indicar, também, certas frequências em relação a alguns fatores de insegu-rança.

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL e COLETIVO
Considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.

Considera-se Equipamento de Proteção Coletivo - EPC, todo dispositivo de uso coletivo, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do conjunto de trabalhadores. São todos dispositivos de uso coletivo, destinados a proteger a integridade física dos trabalhadores.

CABE AO EMPREGADOR
Fornecer aos empregados, gratuitamente, Equipamento de Proteção Individual aprovado pelo Ministério do Trabalho - MTb, adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.A primeira opção é pelo EPC. Não havendo recursos financeiros suficiente para adquirir o equipamento, devemos fornecer o EPI e fazermos uma programação para adquirir o equipamento coletivo no futuro, exceto, se não há o produto no mercado.

        CABE AO EMPREGADO
·   Usá-lo apenas para a finalidade a que se destina;
·   Responsabilizar-se por sua guarda, conservação e higienização;
·   Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;
·   Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada do uso do E.P.I.
        OBSERVAÇÃO
Todo E.P.I. deverá apresentar, em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome comercial da empresa fabricante ou da empresa importadora, e o número de C.A.(*)
(*) - C.A. - Certificado de Aprovação, expedido pelo Ministério do Trabalho e Emprego - MTE.

E.P.I.’s  MAIS  UTILIZADOS

TIPO DE PROTEÇÃO
FINALIDADE
EQUIPAMENTO INDICADO

PROTEÇÃO PARA A FACE
contra riscos de impacto de partículas, respingos de produtos químicos, ação de radiação calorífica ou luminosa (infra-vermelho, ultra-violeta e calor).
-  óculos de segurança (para maçariqueiros, rebarbadores, esmerilhadores, soldadores, torneiros).
   Máscaras e escudos (para soldadores).

PROTEÇÃO PARA O CRÂNIO
contra riscos de queda de objetos batidas, batidas por choque elétrico, cabelos arrancados, etc.
   capacete de segurança

PROTEÇÃO AUDITIVA
contra níveis de ruído que ultrapassem os limites de tolerância.
-  protetores de inserção (moldáveis ou não)
-  protetores externos (tipo concha)

PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
contra gases ou outras substâncias nocivas ao organismo que tenham por veículo de contaminação as vias respiratórias.
-  respiradores com filtros mecânicos, químicos ou com a combinação dos dois tipos, etc.

PROTEÇÃO DO TRONCO
contra os mais variados tipos de agentes agressores.
-  aventais de napa ou couro, de PVC, de lona e de plástico, conforme o tipo de agente.

PROTEÇÃO DOS MEMBROS
SUPERIORES

contra materiais cortantes, abrasivos, escoriantes, perfurantes, térmicos, elétricos, químicos, biológicos e radiantes que podem provocar lesões nas mãos ou provocar doenças por intermédio delas.
-  luvas de malhas de aço, de borracha, de neoprene e vinil, de couro, de raspa, de lona e algodão, Kevlar, etc.


PROTEÇÃO DOS MEMBROS
INFERIORES

contra impactos, eletricidade, metais em fusão, umidade, produtos químicos, objetos cortantes ou pontiagudos, agentes biológicos, etc.
-  sapatos de segurança
-  perneiras
-  polainas
-  botas (com biqueiras de aço, isolantes, etc., fabricados em couro, lona, borracha, etc.

E.P.C.’s  MAIS  UTILIZADOS

TIPO DE PROTEÇÃO
FINALIDADE
EQUIPAMENTO INDICADO

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO 
contra riscos de incêndio no ambiente de trabalho.
extintor de incêndio tipo: A, B, C e D

PROTEÇÃO PARA OS OLHOS
Lava-olhos são equipamentos projetados de forma semelhante aos chuveiros de segurança, só que com o objetivo específico de livrar os olhos de contaminantes.
- Lava - olhos

PROTEÇÃO CONTRA INTOXICAÇÃO POR VIA AÉREA
Equipamento imprescindível onde se manuseia produtos químicos ou particulados, evitando que os mesmos se espalhem no ambiente de trabalho.

-  Capela
PROTEÇÃO CONTRA QUEDA DE ALTURA
Grade ou balaustrada de proteção usada em balcões, janelas, sacados ou varandas guarda-corpo é uma grade de proteção usada em escadas, balcões, sacadas...
-  Guarda - corpo

CIPA - COMISSÃO  INTERNA  DE  PREVENÇÃO  DE  ACIDENTES
A CIPA, foi criada em 1944, no governo de Getúlio Vargas.
Tem como objetivo primordial “prevenir os acidentes e as doenças do trabalho”.
A atual legislação que a regulamenta é a Portaria nº 8, editada pelo Ministério do Trabalho e Emprego - MTE em 23.02.99.
A CIPA é composta de representantes do empregador e dos empregados, titulares e suplentes, de acordo com as proporções mínimas estabelecidas nos Quadros da NR–5,

ATRIBUIÇÕES  DOS  COPEIROS
Os membros da CIPA têm as seguintes atribuições:
·   Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), onde houver;
·       Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho;
·       Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;
·    Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;
·    Realizar, a cada reunião (mensal), avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;
·       Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;
·    Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;
·       Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;
·       Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO (NR-7) e PPRA (NR-9) e de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;
·  Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho;
·       Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados;
·   Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;
·       Requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;
·      Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;
·      Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS (e de combate ao tabagismo).

PREVENÇÃO  E  COMBATE  A  INCÊNDIOS: As instruções a seguir, têm por finalidade dar algumas noções teóricas quanto ao emprego dos equipamentos portáteis de combate a incêndio.

    FOGO: É o resultado de uma reação química decorrente da combinação de três elementos, consituindo o chamado “Triângulo do Fogo”:

         COMBUSTÍVEL: É o elemento que serve de alimento ao fogo e pode ser:
Sólido: tecido, madeira, papel, etc.

     Líquido: gasolina, álcool, éter, óleo, diesel, etc.

     Gasoso: gás de cozinha, gás de rua, etc.

       OXIGÊNIO: Também chamado de comburente, é outro elemento do fogo e está presente na natureza, é ele que dá vida às chamas.

        CALOR: É o último elemento, cabendo a ele a missão de iniciar a combustão.
Observação: a não existência de qualquer um destes elementos não propicia o aparecimento do fogo.

        ASPECTO LEGAL: De acordo com a Norma Regulamentadora Nº 23 - Proteção Contra Incêndios, todas as empresas deverão possuir:
·    Proteção contra incêndios;
·    Saídas suficientes para uma rápida evacuação do prédio;
·    Equipamentos suficientes para combater o fogo no seu início;
·    Pessoas treinadas no uso correto dos equipamentos (extintores, hidrantes, etc.).
         PREVENÇÃO
O principal objetivo da prevenção é impedir o aparecimento de um princípio de incêndio, seja dificultando o seu desenvolvimento ou proporcionando sua extinção.

        HIERARQUIA DE AÇÕES: Em caso de incêndio deve-se adotar os seguintes procedimentos:
·      Acionar o Corpo de Bombeiro;
·      Iniciar o abandono do estabelecimento;
·      Combater o fogo.

CLASSIFICAÇÃO  DOS  INCÊNDIOS
CLASSE
CATEGORIA
MATERIAL
MÉTODO DE EXTINÇÃO
TIPO DE EXTINTOR
A - (I)
Material combustível comum: papel, madeira, tecido, etc. que ao queimarem, deixam resíduos
Resfriamento: água ou extintor que contenha água.
B - (II)
Líquidos inflamáveis: gasolina, óleos, tintas, graxas, etc., que ao queimarem não deixam resíduos
Abafamento: extintores que abafam ou isolam o líquido inflamável do ar: pó químico, espuma, CO-2
C - (III)
Equipamentos elétricos energizados
Extintores não condutores de corrente elétrica, ou seja, não contenham água: CO-2 e pó químico seco.
  D - (IV)
Metais Pirofóricos: magnésio, tungstênio, titânio, zircônio
Areia, compostos químicos especiais, grafite, limalha de ferro ou sal-gema.

QUADRO COMPARATIVO (CARACTERÍSTICAS DOS EXTINTORES)
CATEGORIA DE
EXTINTOR
INCÊNDIO
PÓ QUÍMICO SECO
ESPUMA(*)
CO2
ÁGUA
A - (I)
MADEIRA, TECIDOS,
PAPÉIS, ETC.
Não; mas controla inícios de incêndio

Sim
Não; mas controla pequenos focos

Sim
B - (II)
ÓLEOS, GASOLINA,
TINTAS, GRAXAS,ETC.

Sim

Sim

Sim

Não
C - (III)
EQUIPA.ELÉTRICO
ENERGIZADO

Sim

Não

Sim

Não
D - (IV)
METAIS PIROFÓRICOS
Agentes extintores: areia, compostos químicos especiais, grafite, limalha de ferro ou sal-gema
E - (V)
INCÊNDIOS
NUCLEARES
Extinção Específica

(*) Espuma Mecânica

PRIMEIROS  SOCORROS: Abaixo fornecemos noções básicas, simples e importantes para o atendimento de primeiros socorros. É bom lembrar que a vida do acidentado depende do modo e da rapidez com que tais atendimentos são dados.
Hemorragia: Toda a vez que o sangue sair do interior das veias ou artérias provoca hemorragia.

Características:
·     Quando se nota que o sangue jorra ou espirra em jato sabemos que houve lesão de artéria e o sangue é de cor vermelho vivo;
·   Quando o sangue flue continuamente sem jatos, a lesão foi das veias e sua cor é vermelho escuro azulado;
·     Quando o sangue é visto sair do ferimento, dizemos tratar-se de hemorragia externaem caso contrário a hemorragia é chamada interna.
Tratamento: nas hemorragias de pequena intensidade em braços e pernas, eleva-se o membro ferido, fazendo compressão com gaze ou pano limpo.

        nas hemorragias abundantes:
·       O procedimento deve ser rápido e seguro, iniciando por cortar ou rasgar rapidamente as roupas para que o ferimento fique bem exposto;
·       Em seguida com gaze ou mesmo uma toalha fazer compressão sobre a ferida;
·   As hemorragias das pernas, braços e dedos podem ser controladas por meio de garrote (gravata, lenço ou tira de pano).

         nas hemorragias nasais (epistaxes):
·       desapertar as roupas e retirar gravatas;
·       colocar o acidentado em posição recostada e com a cabeça elevada;
·      comprimir com o dedo indicador a asa do nariz contra o septo nasal durante 5 a 10 minutos.

          nas hemorragias de pescoço:  comprimir o local com gaze e nunca usar garrote.

      nas  Queimaduras:  As queimaduras são lesões produzidas pelo excesso de calor, eletricidade ou produtos químicos (ácidos, bases).
Classificação:  Podem ser de 1º, 2º e 3º graus e são tanto mais graves quanto mais extensas as áreas do corpo atingidas.

Tratamento:
·       cobrir o local queimado com gaze;
·  nas queimaduras extensas, procurar envolvê-las com panos, lençóis limpos ou plásticos;
·       se a queimadura for produzida por embebição da roupa com ácidos ou bases, retirá-la, imediatamente, e lavar com água corrente a superfície atingida;
·      nunca usar no local queimado qualquer “remédio caseiro”;
·      não perfurar bolhas;
·     encaminhar para avaliação médica.

         Insolação e Intermação

Características:
·      A insolação é provocada pela ação direta dos raios solares;
·   A intermação é devida a proximidade da fonte de calor, como por exemplo, fornos utilizados por fundidores, maquinistas, foguistas, etc.

Tratamento:

  •    ·      retirar a roupa do doente;
  •    ·      colocá-lo na sombra ou ambiente fresco e arejado;
  •    ·      promover hidratação, se necessário.
         Desmaios
Características: São causados por diversos motivos, tais como:
·       fraqueza;
·       jejum prolongado;
·       posição erecta imóvel.
Tratamento:
·       desapertar as roupas da vítima e colocá-la em lugar arejado;
·       falar com a vítima no sentido de respirar fundo, abaixando forçadamente sua cabeça para a frente, colocando-a entre as pernas, em nível mais baixo do que os joelhos;
·       pode-se também, manter a vítima deitada de costas, procurando deixar a cabeça em nível mais baixo do que o restante do corpo.

         Ferimento dos Olhos
Características: São causados por corpos estranhos como limalha de ferro, poeira, insetos, esmeril, materiais ácidos, cáusticos, etc.

Tratamento:
·       não tentar retirar o corpo estranho;
·       nos casos de materiais ácidos, ou cáusticos, lavar imediatamente o olho atingido em água corrente;
·       fazer tamponamento e encaminhar a vítima para atendimento médico.

         Lesões nos ossos e articulações
         Lesões na coluna:
·       mantenha a vítima agasalhada e imóvel;
·       não mexa e não deixe ninguém tocar na vítima;
·       nunca vire uma pessoa com suspeita de fratura na coluna;
·       observe os sinais vitais;
·   o transporte tem de ser feito em maca ou padiola, evitando-se ao máximo curvar o corpo do acidentado;
·     durante o transporte em veículos, evitar balanços e freadas bruscas para não agravar a lesão;
·    quando a lesão for no pescoço, enrolar ao redor do mesmo, sem apertar, uma camisa, toalha ou outro pano, para imobilizá-lo.

     Fraturas: Em caso de fraturas, o primeiro socorro consiste apenas em impedir o deslocamento das partes quebradas para se evitar maiores danos.

Características:
·       fraturas fechadas: quando o osso se quebrou mas a pele não foi perfuradas;
·       fraturas expostas: quando o osso está quebrado e a pele rompida.

Providências:
nas fraturas fechadas:
·   manter o membro acidentado na posição em que foi encontrado, procurando não corrigir desvios;
·  Colocar talas sustentando o membro atingido, de forma que estas tenham comprimento suficiente para ultrapassar as juntas acima e abaixo da fratura;
·       qualquer material rígido pode ser empregado como tala (tábua, papelão,    vareta de metal, revista ou jornal dobrado);
·       usar panos ou material macio para acolchoar as talas, a fim de evitar danos a pele;
·       amarrar as talas com ataduras ou tiras de pano, não muito apertadas, na extremidade da junta abaixo da fratura e na extremidade da junta acima da fratura.

       nas fraturas expostas:
·       colocar uma gaze, um lenço ou um pano limpo sobre o ferimento;
·       fixar firmemente o curativo no lugar, utilizando-se para isso, de uma  gravata, tira de pano,   etc.;
·       no caso de hemorragia grave siga as instruções vistas anteriormente;
·       manter a vítima deitada;
·       aplicar talas, conforme descrito para as fraturas fechadas, sem tentar puxar o membro ou fazê-lo voltar a sua posição natural;
·       transportar a vítima para um médico ou hospital, conforme instruções anteriores, após a fratura ter sido imobilizada.

       Luxações ou Deslocamentos:
·      Toda vez que os ossos de uma articulação ou junta saírem de seu lugar proceda como no caso de fraturas fechadas.
·       Colocar o braço em uma tipoia quando houver luxação do ombro, cotovelo ou punho;
·       Encaminhar para atendimento médico.

       Entorses:
·       Tratar como se houvesse fratura fechada;
·       aplicar gelo e compressas frias;
·       encaminhar para atendimento médico.

Intoxicações: Tipos:
§  por ingestão;
§  por inalação;
§  por contaminação da pele.

Providências:
·       observar evidências no local (frasco de veneno, comprimidos, etc.);
·       avaliar sinais vitais e nível de consciência;
·       remover a vítima para local arejado, quando houver contaminação do meio ambiente;
·       retirar a roupa e lavar com água corrente, quando houver contaminação da pele;
·     não provocar vômitos se a vítima ingeriu gasolina, querosene, ácidos, soda cáustica ou se ainda estiver inconsciente ou apresentando convulsões;
·       não ofereça líquidos e nem antídotos caseiros;
·                             encaminhar a vítima para atendimento médico.

        Ressuscitação Cárdio Pulmonar – RCP: A RCP é um conjunto de medidas que devem ser seguidas no caso de haver uma parada cardíaca e/ou respiratória até que se transporte a vítima ao local adequado para atendimento médico.

         Parada Respiratória:
         ·     Quando ocorre a ausência total de respiração;
         ·     A pessoa morrerá se a respiração não for imediatamente reestabelecida.

           Sinais da Parada Respiratória: ausência da expansão torácica e ausência da saída de ar pela narina ou boca.

       Providências:
·       aproximar o ouvido da face da vítima para tentar ouvir se há passagem de ar; ou
·       colocar um espelho ou algum objeto de vidro à frente da boca e narinas da vítima e se este não ficar embaçado estará constatada a parada respiratória;
·       aplicar imediatamente 04 (quatro) insufladas de ar e para isto:
·      colocar a vítima na posição correta (deitada de costas apoiando o seu pescoço com uma mão e com a outra pressione a testa para baixo;
·     manter a cabeça nesta posição, tampar as narinas e assoprar vigorosamente dentro da boca da vítima (posicionar os lábios de forma que abranja toda a boca da vítima para que não haja escape de ar);
·       em crianças, abranja com os lábios a boca e a narina;
·      entre cada insuflada de ar, retire a boca para não dificultar o retorno do ar (expiração);
·       após as 04 (quatro) primeiras insufladas continuas, manter a respiração num ritmo de 12 (doze) a 16 (dezesseis) por minuto;
·       quando a parada respiratória for causada por gases venenosos, vapores químicos ou falta de oxigênio, remover a vítima para local arejado antes de iniciar a respiração;
·      quando a parada respiratória for causada por afogamento, retirar, se possível, a vítima da água ou removê-la para um barco ou para um local mais raso para iniciar a respiração;
·      quando a parada respiratória for causada por sufocamento por saco plástico, rasgar o plástico e iniciar imediatamente a respiração;
·       quando a parada respiratória for causada por choque elétrico, interromper ou separar a vítima da corrente antes de iniciar a respiração.

        Parada Cardíaca:
      Sinais da Parada Cardíaca:
·       ausência de batimentos do coração;
·       ausência de pulsação (carotídea, femural ou radial);
·       acentuada palidez.

Providências:
·       colocar a vítima deitada de costas sobre superfície dura;
·       colocar as duas mãos sobrepostas e com os dedos entrelaçados    na metade inferior do esterno da vítima;
·   fazer a seguir uma pressão com bastante vigor, para que o esterno baixe mais ou menos 05 (cinco) centímetros e comprima o coração de encontro a coluna vertebral (descomprima em seguida);
· repetir a manobra tantas vezes quantas necessárias (cerca de 60 (sessenta) compressões por minuto).
·  em bebês fazer pressão apenas com 02 (dois) dedos para se evitar fraturar as costelas.

         Parada Cárdio-Respiratória:
Se houver ao mesmo tempo parada cárdio-respiratória, deve-se executar massagem cardíaca associada à respiração boca a boca, da seguinte maneira:
· fazer 15 (quinze) massagens cardíacas e sem interrupção, aplicar 02 (duas) respirações boca a boca, repetindo este ciclo tantas vezes quantas necessárias (isto se estiver sozinho prestando socorro);
·  fazer 05 (cinco) massagens cardíacas enquanto o segundo socorrista aplica uma respiração boca a boca (caso estejam em dois socorristas);
·  caso necessário, continuar estes procedimentos enquanto a vítima estiver sendo transportada para o hospital.

Referência Bibliográfica
1.    Manual de Segurança e Saúde no Trabalho – GONÇALVES, Edwar Abreu, LTR – 3ª edição, 2006;
2. Cadernos de Saúde do Trabalhador - Manual de Ação Sindical em Saúde do Trabalhador – FREITAS, Nilton - Instituto Nacional de Saúde no Trabalho, 2000;
3.    Segurança do Trabalho online.

ERGONOMIA e LER/DORT
Ergo: Trabalho - Nomos: leis, normas.

O que é Trabalho?
“Palavra que indica aplicação de forças humanas para alcançar um determinado fim, ou uma atividade coordenada, de caráter físico e/ou intelectual, necessária à realização de qualquer tarefa, serviço ou empreendimento”. IIda,1996

O que é processo de trabalho?
“Em geral, é todo processo de transformação de um objeto físico ou não, em produto ou serviço, seja esse em estado natural ou já trabalhado. Transformação efetuada por uma atividade humana determinada, utilizando energia mental e física e instrumentos de trabalho”. MACHADO, 1994.

O que é Ergonomia?
Vejamos a resposta dada pela Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO):
A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho às características fisiológicas e psicológicas do ser humano”.

Escolas que estudam a Ergonomia
• Escola Americana: busca o ótimo relacionamento entre máquina-homem como elementos de um sistema.  “a tecnologia das comunicações máquina-homem” (1971).
•  Escola Européia: busca o ótimo relacionamento homem - máquina, porém o enfoque é o fator humano. “o estudo científico das relações entre o homem e o seu ambiente de trabalho” (1965).

Quem é um Ergonomista?
“Em alguns países, já é possível fazer um curso de graduação em ergonomia. Em outros países, profissionais como engenheiros, desenhistas industriais, médicos, psicólogos, podem adquirir conhecimentos e treinamentos em ergonomia, em cursos lato senso”.

Quais as vantagens da aplicação dos métodos ergonômicos?
O método ergonômico possibilita tornar um ambiente de trabalho mais agradável, do ponto de vista do conforto dos móveis, máquinas e equipamentos; da eficiência da produção; do melhoramento das relações interpessoais; do melhoramento das técnicas de produção; da qualidade e custo de produção; das condições de trabalho e da criação da gestão participativa, do respeito hierárquico e entre os iguais, entre outras.

Quais os profissionais que colaboram com a ergonomia?
São eles: Engenheiro (a) (projeto e produção ergonomicamente seguros); Design (metodologia de projeto e design do produto); psicólogo (a) (relações interpessoais e motivacional); Médico (a) e Enfermeiro (a) (prevenção de acidentes e doenças do trabalho); administrador (a) (projetos organizacionais e gestão de R.H.); OBS: Técnico de Segurança do Trabalho, experiente, pode promover pequenas modificações no ambiente de trabalho.

Surgimento da Ergonomia como Ciência
“O grande evento desencadeador da Ergonomia foi o projeto da cápsula espacial Norte Americana. Naquela ocasião (1960), motivado pelo desafio das super potências (Estados Unidos versus União Soviética), os astronautas norte americanos tinham força suficiente perante a opinião pública e passaram a exigir melhores condições, especialmente no interior da cápsula espacial”.

Postura e movimento
A biomecânica é a ciência que estuda o movimento do corpo e seus impactos nas articulações, tendões músculos e esqueleto humano.

Cuidados recomendados pela biomecânica:
• As articulações devem ocupar uma posição neutra (punho, cotovelo, ombro, joelho, pescoço, tornozelo e coluna vertebral);
•  Conserve o peso próximo ao corpo, para diminuir as tensões;
•  Evite curvar-se para frente (há contração dos músculos e ligamentos das costas);
•  evite inclinar a cabeça;
•  evite torções do tronco;
•  evite movimentos rápidos que produzem picos de tensão;
•  alterne posturas e movimentos;
•  restrinja a duração do esforço muscular contínuo;
•  previna a exaustão muscular;
•  pausas curtas e freqüentes são melhores.

Esforço físico: A fisiologia é a ciência que estuda as demandas energéticas do corpo humano, principalmente as do coração e dos pulmões.

Cuidados e recomendações da fisiologia:
• o gasto energético no trabalho é limitado (observe e sinta o seu corpo);
• trabalhos pesados exigem pausas para recuperação e alimentação adequada à atividade diária.

Dimensões e proporções do corpo humano:
A antropometria é a ciência que estuda as dimensões e proporções do corpo humano. Cuidados e recomendações da antropometria:
• Considere as diferenças individuais do corpo (as mesas e cadeiras devem ser reguláveis);
• Use tabelas antropométricas adequadas para os brasileiros;

Postura: Os estudos mais recentes têm mostrado que a melhor postura é aquela em que o trabalhador tenha total liberdade de se mover, quando se sentir incomodado da posição anterior. Esse fato fortalece a tese de que, em sua residência o trabalhador tem a liberdade que, normalmente, não tem no trabalho. Por esse motivo ele adoece mais no trabalho do que em sua casa.

Recomendações:
•  Proporcione variações das tarefas e atividades;
•  Introduza trabalho com posturas alternadas sentado e em pé;
•  Alterne as posições sentadas;
•  Use um selim para apoiar o corpo na posição em pé.

Trabalho sentado:
•   Alterne as posições sentada, andando e em pé;
•   Ajuste a posição do encosto e altura do assento;
•   Limite o número de ajustes possíveis da cadeira;
•   Ensine a forma correta de ajustar a cadeira;
•   Use cadeiras especiais para tarefas específicas;
•   A altura da superfície depende da tarefa;
•   Use apoio para os pés;
•   Incline a superfície para leitura;
•   Deixe espaço para as pernas.

Trabalho em pé:
•  A altura da superfície de trabalho em pé depende da tarefa (trabalho leve, moderado e com força);
•  A altura da bancada deve ser ajustável;
•  Não use plataformas;
•  Reserve espaço para pernas e pés;
•  Evite alcances excessivos;
•  Coloque uma superfície inclinada para leitura.

Regras específicas para projetos de postos de trabalho: Na decisão sobre o trabalho sentado ou em pé, devem ser considerados os seguintes aspectos:
•  a localização dos sistemas de controle e comando;
•  a intensidade e as direções das forças a serem exercidas;
•  a freqüência do trabalho em pé ou sentado;
•  o espaço para acomodar as pernas, quando sentado.

Posturas das mãos e braços:
•  Selecione a ferramenta correta;
• Consultar o mercado para se certificar se já existe ferramentas e máquinas mais adequadas à tarefa;
•  Use ferramentas com empunhadura para não torcer o punho;
•  Alivie o peso das ferramentas manuais;
•  Faça manutenção periódica das ferramentas;
•  Preste atenção na forma da pega;
•  Evite ações acima do nível dos ombros;
•  Evite trabalhar com as mãos para trás.

Movimentos:
•  Prefira transporte mecânico para remover mercadorias pesadas;
•  Diminua o número de tarefas que envolvam a carga manual;
•  Crie condições favoráveis para o levantamento de cargas;
•  Limite o levantamento de cargas para 23 Kg. No máximo;

Organização do trabalho:
Cada atividade tem suas peculiaridades que devem ser observadas uma a uma. Há execução diferente de pessoa para pessoa (trabalho real), em função da fadiga e outras variáveis. Desta forma, o ritmo ideal, as necessidades de intervalo de pausas para recuperação, necessidades fisiológicas, produtividade, relações interpessoais,  devem ser avaliados cuidadosamente, caso a caso.

As comunicações do ser humano no trabalho
As comunicações preenchem dois grandes tipos de função no trabalho:

•  Motivacional: permite a melhoria das relações sociais na organização e o surgimento de novas soluções técnicas;
• Operacional: assegurar o fluxo das informações necessárias para que se estabeleçam as interações das operações necessárias à produção.

Iluminação correta nos ambientes de trabalho

CLASSIFICAÇÃO BÁSICA DE ILUMINAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
NÍVEL DE ILUMINAÇÃO (LUX)
TAREFA


BAIXA


100 A 200 LUX
 Circulação;
 Reconhecimento facial;
 Leitura casual;
 Refeição;
 Terminais de vídeos.
MÉDIA
300 A 500 LUX
     Leitura/escrita documentos com alto contraste; Conferências.

ALTA
500 A 1000 LUX
    Leitura/escrita com fontes pequenas e baixo contraste;
 Desenho técnico.

Qualidade do ar aceitável:
• O ar sem concentrações de contaminantes prejudiciais à saúde, com o qual uma parcela significativa de pessoas expostas se sentiriam satisfeitas.
•  A função da ergonomia é antecipar e evidenciar as restrições da qualidade do ar nas situações de trabalho de modo a preservar a saúde do trabalhador.

Contaminantes atmosférico:  São gases vapores e partículas sólidas ou liquidas suspensa ou dispersas no ar. Divide-se em: Agentes biológicos – microorganismos, vírus, bactérias e fungos. Agentes químicos - gases, vapores, poeiras, fumos, névoas, fumaças.

Fundamentos jurídicos da Ergonomia no Brasil:
NR-17: Ergonomia
Redação atual dada pela Portaria MTPS nº 3.751, de 23/11/1990. Art. 7º XXII e XXXIII da CF – 1988; Arts. 72, 198, 199, 253, 390 da CLT; e Súmula TST Nº 346, digitador, intervalo intrajornadas. Art. 72 da CLT; anexos I e II da NR – 17 (Teleatendimento; Telemarketing e Checkout)

Fundamentos jurídicos da Ergonomia no Brasil:       
NR-17: Ergonomia
Constituição Federal – 1988
•  Título II: Dos Direitos e Garantias Fundamentais (Arts. 5º a 17 da CF/88);
•  Capítulo II: Dos Direitos Sociais (Arts. 6º a 11 da CF/80);
Consolidação das Leis do Trabalho:
CLT (Decreto – lei nº 5.452, de 1º/05/1945) Art. 72, repouso de 10 minutos; 198 é de 60 kg. O peso máximo individual, exceto menor e mulher; 199 assentos ergonômicos; 253, 20 minutos de repouso a cada hora p/ quem trabalha em climas alternados; 390 peso máximo p/ mulher 20 kg.; 405, ao menor não será permitido o trabalho.
Portaria 8ª e 9ª (anexo I e II ) da Norma Regulamentadora nº 17 – Trabalhadores em checkout e trabalhadores em Teleatendimento e Telemarketing, entre outras.

Como obter um ambiente ergonomicamente correto?
• Requisito epidemiológico: deve ser capaz de reduzir a incidência (casos novos) de doenças e acidentes relacionados  ao trabalho;
• Requisito biomecânico: estudando-se o trabalhador executando sua tarefa, percebe-se que a mecânica humana está funcionando melhor;
• Requisito fisiológico: na nova situação, o trabalhador se cansa menos e é menos atingido pelos agentes externos;
• Requisito psicofísico: o trabalhador aceita bem a solução aplicada e melhora a relação interpessoal;
• Requisito de produtividade: na nova situação não ocorre nenhum prejuízo de produtividade, ou até aumenta a mesma.
____________________________________________________________________
      Org: Jurandir A. de Albuquerque – Economista, Especialista em Saúde do Trabalhador e Epidemiologia
____________________________________________________________________Referências Bibliográficas:

COUTO, Hudson de Araújo - Ergonomia Aplicada ao Trabalho – em 18 lições – Belo Horizonte, maio de 2002 – Ergo Editora Ltda;
• DUL, Jean e WEERDMEESTER, Bernard – Tradutor: LIDA, Itiro – Ergonomia Prática, 2ª edição – Editora Edgard Blücher, São Paulo, 2004;
• MASLACH, Christina e LEITER, Michael P. – Tradutor: MARTINS, Mônica Saddy – Trabalho: Fonte de Prazer ou Desgaste? – Guia para vencer o estresse na empresa – Editora Papirus, São Paulo, 1999;
• GONÇALVES, Edwar Abreu - Manual de Segurança e Saúde no Trabalho – LTR, 3ª edição, 2006;
• LEGISLAÇÃO EM SAÚDE – Caderno de Legislação em Saúde do Trabalhador, 2ª edição, Brasilia, 2005;


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