Introdução à Segurança e Saúde doTrabalhador
A legislação sobre Segurança e Saúde
do Trabalhado no Brasil é relativamente nova. A publicação do Decreto Lei nº
5.452 que criou a Consolidação das Leis do
Trabalho-CLT, data de 1943, destacamos:
· Criação da Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes - CIPA, através do Decreto Lei nº 7.036 de 10 de
novembro de 1944.
· Criação
da Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, hoje
Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho-
FUNDACENTRO, instituída pela Lei nº 5.161 de 21 de outubro de 1.966.
· Integração
do Seguro de acidentes do Trabalho à Previdência Social, através da Lei nº
5.316 de 14 de setembro de 1.967.
· Criação
obrigatória dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho pelas empresas, através da edição da Portaria nº 3.237 de
17 de julho de 1972.
· Aprovação
das Normas Regulamentadoras NR-Capitulo V, título II da CLT, através da
Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1.978.
Edição da Portaria nº 8 de 23
de fevereiro de 1.999 que alterou a Norma Regulamentadora nº 5 – CIPA, atualmente
em vigor.
RESUMO
DA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
O que é Previdência Social?
A Previdência Social é um seguro que
garante a renda do contribuinte e de sua família, em casos de doença, acidente,
gravidez, prisão, morte e velhice. Oferece vários benefícios que juntos
garantem tranqüilidade quanto ao presente e em relação ao futuro assegurando um
rendimento seguro. Para ter essa proteção, é necessário se inscrever e
contribuir todos os meses.
Principais
Benefícios da Previdência Social:
Aposentadorias: Especial;
por idade; por invalidez e por tempo de contribuição.
Auxílios: *Acidente;
*doença; reclusão; por morte; salário – família; salário –
maternidade e assistência social- LOAS.
Auxilio
Acidente
Benefício pago ao trabalhador que
sofre um acidente e fica com seqüelas que reduzem sua capacidade de trabalho. É
concedido para segurados que recebiam auxílio-doença. Têm direito ao
auxílio-acidente o trabalhador empregado, o trabalhador avulso e o segurador
especial. O empregado doméstico, o contribuinte individual e o facultativo não
recebem o benefício
Para concessão do auxílio-acidente
não é exigido tempo mínimo de contribuição, mas o trabalhador deve ter qualidade
de segurado e comprovar a impossibilidade de continuar
desempenhando suas atividades, por meio de exame da perícia médica da
Previdência Social.
O auxílio-acidente, por ter caráter
de indenização, pode ser acumulado com outros benefícios pagos pela Previdência
Social exceto aposentadoria. O benefício deixa de ser pago quando o trabalhador
se aposenta.
A melhor maneira de
minimizar os custos da empresa é investir na prevenção de acidentes. Muitos
empresários têm a idéia errônea de que devem diminuir seus investimentos em
equipamentos de proteção individual e coletivo; contratação de pessoal de
segurança e saúde do trabalhador e medidas de segurança. O custo de um
acidente pode trazer inúmeros prejuízos à empresa.
|
|
O acidente leva a
encargos com advogados, perdas de tempo, materiais e na produção. Sabem-se
casos de empresas que tiveram que fechar suas portas devido à indenização por
acidentes de trabalho. Com certeza seria muito mais simples investir em
prevenção e em regularização da segurança nesta empresa, evitando futuras
complicações legais.
|
Acidente
e Doença Relacionados ao Trabalho- Em caso de acidente ou doença
relacionada ao trabalho, a empresa deverá preencher a (CAT – Comunicação de
Acidente de Trabalho), e após o 15º dia de afastamento, deverá agendar Perícia
Médica junto ao INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) para que seja
garantido o Auxílio Doença Acidentário – B-91.
O
Auxílio Doença Acidentário – B-91 é um benefício devido em consequência de afastamento do trabalho por
motivo de acidente ou doença relacionada ao trabalho, do qual resultou
incapacidade temporária para o trabalhador em consequência das seqüelas
causadas pelo evento infortunístico, sendo que o valor de tal benefício
corresponde a 100% do salário de benefício e será pago enquanto o segurado se
encontrar incapacitado para o trabalho. Este benefício garante ao trabalhador a
permanência dos depósitos do FGTS durante o tempo que estiver afastado da
empresa, bem como a estabilidade de um ano após o seu retorno ao trabalho.
Acidente
e Doença não relacionada com o trabalho - No
caso de acidente ou doença não relacionada com o trabalho, após o 15º dia de
afastamento, a empresa deverá agendar Perícia Médica junto ao INSS (Instituto
Nacional de Seguridade Social) para que seja garantido o Auxílio Doença – B-31,
que é um direito previdenciário do trabalhador.
O
Auxílio Doença – B-31 é um Benefício concedido ao segurado impedido de
trabalhar por doença ou acidente, não relacionado com o trabalho, por mais de
15 dias consecutivos. No caso dos trabalhadores com carteira assinada, os
primeiros 15 dias são pagos pelo empregador, exceto o doméstico, e a
Previdência Social paga a partir do 16º dia de afastamento do trabalho. Este benefício não garante ao trabalhador a
permanência dos depósitos do FGTS durante o tempo que estiver afastado da
empresa, bem como, não garante a estabilidade de um ano após o seu retorno ao
trabalho.
RISCOS AMBIENTAIS
São
considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos, biológicos,
ergonômicos e de acidentes/mecânicos que possam trazer ou ocasionar danos à
saúde do trabalhador nos ambientes de trabalho, em função de sua natureza,
concentração, intensidade e tempo de exposição ao agente.
Tais agentes são:
RISCOS FÍSICOS
Ruídos,
vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, frio, calor, pressões
anormais e umidade.
RISCOS QUÍMICOS
Poeiras minerais, poeiras
vegetais, poeiras alcalinas, fumos metálicos, névoas, neblinas, gases, vapores
e produtos químicos diversos.
RISCOS BIOLÓGICOS
RISCOS BIOLÓGICOS
Vírus, bactérias, parasitas, ricketsias, fungos e
bacilos.
RISCOS ERGONÔMICOS
Monotonia, posturas
incorretas, rítmo de trabalho intenso, fadiga, preocupação, trabalhos físicos pesados e repetitivos.
RISCOS DE ACIDENTES / MECÂNICOS
RISCOS DE ACIDENTES / MECÂNICOS
Arranjo físico inadequado, máquinas e
equipamentos sem proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminação
inadequada, eletricidade, probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento
inadequado, animais peçonhentos e ausência de sinalização.
MAPA DE RISCOS
O que é o Mapa de Riscos?
Consiste na representação gráfica
dos riscos à saúde identificados pela CIPA, em cada um dos diversos locais de
trabalho de uma empresa.
Quais os Objetivos do Mapa de Riscos?
Reunir as informações necessárias
para estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e saúde no trabalho na
empresa. Possibilitar,
durante a sua elaboração, a troca e divulgação de informações entre os
trabalhadores, bem como estimular sua participação nas atividades de prevenção.
Quem elabora o Mapa de
Riscos?
É elaborado pelos membros da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, após ouvir os trabalhadores
de todos os setores produtivos da empresa, com assessoria do SESMT - Serviços Especializados
em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, quando este existir.
Etapas de Elaboração do
Mapa de Riscos
· Conhecer o processo de trabalho no local analisado;
· dentificar os riscos existentes no local analisado;
· Identificar
as medidas preventivas existentes e sua eficácia;
· Identificar
os indicadores de saúde (queixas mais freqüentes, acidentes de trabalho,
doenças profissionais, etc.);
· Conhecer
os levantamentos ambientais já realizados no local.
Representação gráfica do
Mapa de Riscos
Os riscos serão representados por círculos de tamanhos e
cores diferentes que devem ser apostos sobre a planta (lay-out) do local
analisado. O tamanho do círculo indicará se o risco é grande, médio ou
pequeno (quanto maior for o círculo, maior o risco). Para cada tipo de
risco os círculos serão representados por uma cor diferente, conforme segue:
· físicos: verde;
· químicos: vermelho;
· biológicos: marrom;
· ergonômicos: amarelo;
· acidentes/mecânicos: azul.
Alguns
exemplos práticos: Num
dado almoxarifado, foi detectada a existência de muita poeira:
Risco
grande (muita poeira)
Cor
Vermelha (risco químico)
· Em uma área de escritório foram
encontradas algumas cadeiras fixas, utilizadas para operação do
microcomputador:
Risco médio (cadeiras
fixas)
Cor
Amarela (risco ergonômico)
· Na copa foi encontrado um botijão de
gás:
Risco
pequeno (gás de cozinha)
Cor
Azul (risco de acidente/mecânico)
ACIDENTE DO TRABALHO
CONCEITO
LEGAL
A Lei nº 8.213 de 24.07.91 da Previdência
Social define em seu artigo19 que: Acidente do Trabalho é o
que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte, ou perda, ou redução
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
CONCEITO
PREVENCIONISTA
Uma
ocorrência não programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no
processo normal de uma atividade ocasionando perda de tempo e/ou lesões nos
trabalhadores e/ou danos materiais.
Portanto, mesmo as ocorrências que
não resultam em lesões ou danos materiais devem ser consideradas como acidentes
do trabalho.
TIPOS
DE ACIDENTES NO EXERCÍCIO DO TRABALHO
Acidentes
de Trajeto: são aqueles que ocorrem no percurso da
residência para o trabalho e quando voltamos do trabalho para nossa residência.
Doença Profissional: é
aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho. (Ex:
silicose-doença pulmonar freqüente em mineiros de carvão).
Doença do Trabalho: é aquela adquirida
ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado
e com ele se relacione diretamente. (Ex: tenossinovite).
CAUSAS DOS ACIDENTES
Os acidentes do trabalho decorrem
basicamente de três causas primárias:
*ATOS INSEGUROS
São atos executados de
forma contrária às Normas de Segurança (ex.: subir em cadeira para trocar uma
lâmpada).
CONDIÇÕES
INSEGURAS
São deficiências, defeitos, irregularidades técnicas do ambiente
de trabalho que podem ocasionar um acidente (ex.: escada sem corrimão, piso
escorregadio).
FATORES
PESSOAIS DE INSEGURANÇA
São as características físicas ou mentais de um indivíduo que
podem interferir no trabalho que está sendo realizado (ex.: instabilidade
emocional, falta de coordenação motora).
INSPEÇÃO DE SEGURANÇA
É
a vistoria que se faz nos locais de trabalho, a fim de se descobrir riscos de
acidentes:
INSPEÇÕES DE ROTINA
São inspeções normalmente
efetuadas pelos membros da CIPA e que visam, acima de tudo, observar e evitar a
criação de riscos conhecidos, tais como: arrumações perigosas, defeitos nos
pontos vitais dos equipamentos, carpetes descolados, utilização de extensões,
benjamins (“tês”), atitudes perigosas dos funcionários, etc.
INSPEÇÕES PERIÓDICAS
São inspeções que se fazem a intervalos regulares, principalmente
para descobrir riscos já previstos, que podem caracterizar-se por desgastes,
esforços e outras agressividades a que estão sujeitos móveis, máquinas, etc.
INSPEÇÕES
ESPECIAIS
São inspeções geralmente realizadas por especialistas em
Segurança do Trabalho, utilizando-se equipamentos especiais para monitora-
mento de agentes físicos e/ou químicos (Ex.: decibelímetro, termômetro,
dosímetro, etc.).
INVESTIGAÇÃO DOS ACIDENTES
Investigar um acidente é fazer a sua
análise, após a sua ocorrência, com o objetivo de descobrir as causas e tomar
providências corretivas para evitar a repetição de casos semelhantes.
Para se realizar uma investigação do
acidente, deve-se analisar 5 (cinco) fatores:
AGENTE
DA LESÃO
É o local, o ambiente, o ato, enfim, o que possa ser o
causador da lesão.
A FONTE DA
LESÃO
É o objeto que, agindo sobre o organismo, provocou a lesão.
FATOR PESSOAL
DE INSEGURANÇA
Se houver.
A NATUREZA DA
LESÃO
Estabelecer como foi o contato entre a pessoa lesionada e o
objeto ou movimento que a provocou (queimadura, corte, fratura, etc.).
A LOCALIZAÇÃO DA
LESÃO
Permite, muitas vezes, identificar a fonte da lesão e indicar, também, certas
frequências em relação a alguns fatores de insegu-rança.
EQUIPAMENTO
DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL e COLETIVO
Considera-se Equipamento de Proteção
Individual - EPI, todo
dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado
a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.
Considera-se Equipamento de Proteção Coletivo - EPC, todo dispositivo de uso coletivo, de
fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade
física do conjunto de trabalhadores. São
todos dispositivos de uso coletivo, destinados a proteger a integridade física
dos trabalhadores.
CABE
AO EMPREGADOR
Fornecer aos empregados, gratuitamente, Equipamento
de Proteção Individual aprovado pelo Ministério do Trabalho - MTb, adequado ao
risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as
medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de
acidentes e danos à saúde dos empregados.A primeira opção é pelo EPC. Não
havendo recursos financeiros suficiente para adquirir o equipamento, devemos
fornecer o EPI e fazermos uma programação para adquirir o equipamento coletivo
no futuro, exceto, se não há o produto no mercado.
CABE AO
EMPREGADO
· Usá-lo
apenas para a finalidade a que se destina;
· Responsabilizar-se
por sua guarda, conservação e higienização;
· Comunicar
ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;
· Constitui
ato faltoso do empregado a recusa injustificada do uso do E.P.I.
OBSERVAÇÃO
Todo E.P.I. deverá apresentar, em
caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome comercial da empresa fabricante ou
da empresa importadora, e o número de C.A.(*)
(*) - C.A. - Certificado de
Aprovação, expedido pelo Ministério do Trabalho e Emprego - MTE.
E.P.I.’s
MAIS UTILIZADOS
TIPO
DE PROTEÇÃO
|
FINALIDADE
|
EQUIPAMENTO
INDICADO
|
PROTEÇÃO PARA A FACE
|
contra riscos de impacto de partículas, respingos de
produtos químicos, ação de radiação calorífica ou luminosa (infra-vermelho,
ultra-violeta e calor).
|
- óculos
de segurança (para maçariqueiros, rebarbadores, esmerilhadores, soldadores,
torneiros).
Máscaras e escudos (para soldadores).
|
PROTEÇÃO PARA O CRÂNIO
|
contra riscos de queda de objetos batidas, batidas por
choque elétrico, cabelos arrancados, etc.
|
capacete de segurança
|
PROTEÇÃO AUDITIVA
|
contra níveis de ruído que ultrapassem os limites de
tolerância.
|
- protetores
de inserção (moldáveis ou não)
- protetores
externos (tipo concha)
|
PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
|
contra gases ou outras substâncias nocivas ao organismo
que tenham por veículo de contaminação as vias respiratórias.
|
- respiradores
com filtros mecânicos, químicos ou com a combinação dos dois tipos, etc.
|
PROTEÇÃO DO TRONCO
|
contra os mais variados tipos de agentes agressores.
|
- aventais
de napa ou couro, de PVC, de lona e de plástico, conforme o tipo de agente.
|
PROTEÇÃO DOS MEMBROS
SUPERIORES
|
contra materiais cortantes, abrasivos, escoriantes,
perfurantes, térmicos, elétricos, químicos, biológicos e radiantes que podem
provocar lesões nas mãos ou provocar doenças por intermédio delas.
|
- luvas
de malhas de aço, de borracha, de neoprene e vinil, de couro, de raspa, de
lona e algodão, Kevlar, etc.
|
PROTEÇÃO DOS MEMBROS
INFERIORES
|
contra impactos, eletricidade, metais em fusão,
umidade, produtos químicos, objetos cortantes ou pontiagudos, agentes
biológicos, etc.
|
- sapatos
de segurança
- perneiras
- polainas
- botas
(com biqueiras de aço, isolantes, etc., fabricados em couro, lona, borracha,
etc.
|
E.P.C.’s
MAIS UTILIZADOS
TIPO
DE PROTEÇÃO
|
FINALIDADE
|
EQUIPAMENTO
INDICADO
|
PROTEÇÃO
CONTRA INCÊNDIO
|
contra riscos de incêndio no ambiente de trabalho.
|
extintor de incêndio tipo: A, B, C e D
|
PROTEÇÃO
PARA OS OLHOS
|
Lava-olhos são equipamentos projetados de
forma semelhante aos chuveiros de segurança, só que com o objetivo específico
de livrar os olhos de contaminantes.
|
- Lava - olhos
|
PROTEÇÃO
CONTRA INTOXICAÇÃO POR VIA AÉREA
|
Equipamento imprescindível onde se manuseia produtos químicos ou
particulados, evitando que os mesmos se espalhem no ambiente de trabalho.
|
- Capela
|
PROTEÇÃO
CONTRA QUEDA DE ALTURA
|
Grade ou balaustrada de proteção usada em balcões, janelas, sacados ou
varandas guarda-corpo é uma grade de proteção usada em escadas, balcões,
sacadas...
|
- Guarda
- corpo
|
CIPA
- COMISSÃO
INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
A CIPA, foi criada em 1944, no
governo de Getúlio Vargas.
Tem como objetivo primordial “prevenir os acidentes e as doenças do trabalho”.
A atual legislação que a regulamenta
é a Portaria nº 8, editada pelo Ministério do Trabalho e Emprego - MTE em
23.02.99.
A CIPA é composta de representantes
do empregador e dos empregados, titulares e suplentes, de acordo com as
proporções mínimas estabelecidas nos Quadros da NR–5,
ATRIBUIÇÕES DOS COPEIROS
Os membros da CIPA têm as seguintes
atribuições:
· Identificar
os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a
participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT (Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), onde
houver;
· Elaborar
plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de
segurança e saúde no trabalho;
· Participar
da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção
necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de
trabalho;
· Realizar,
periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a
identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde
dos trabalhadores;
· Realizar,
a cada reunião (mensal), avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu
plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;
· Divulgar
aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;
· Participar,
com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para
avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho
relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;
· Requerer ao SESMT, quando houver, ou
ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco
grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;
· Colaborar
no desenvolvimento e implementação do PCMSO (NR-7) e PPRA (NR-9) e de outros programas
relacionados à segurança e saúde no trabalho;
· Divulgar
e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de
acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no
trabalho;
· Participar,
em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da análise das causas
das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas
identificados;
· Requisitar
ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido
na segurança e saúde dos trabalhadores;
· Requisitar
à empresa as cópias das CAT emitidas;
· Promover,
anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção
de Acidentes do Trabalho – SIPAT;
· Participar,
anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS (e de
combate ao tabagismo).
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS: As
instruções a seguir, têm por finalidade dar algumas noções teóricas quanto ao
emprego dos equipamentos portáteis de combate a incêndio.
FOGO: É o resultado
de uma reação química decorrente da combinação de três elementos, consituindo o
chamado “Triângulo do Fogo”:
COMBUSTÍVEL: É o
elemento que serve de alimento ao fogo e pode ser:
Sólido: tecido,
madeira, papel, etc.
Líquido: gasolina, álcool, éter, óleo, diesel, etc.
Gasoso: gás de
cozinha, gás de rua, etc.
OXIGÊNIO: Também
chamado de comburente, é outro elemento do fogo e está presente na
natureza, é ele que dá vida às chamas.
CALOR: É o
último elemento, cabendo a ele a missão de iniciar
a combustão.
Observação: a não
existência de qualquer um destes elementos não propicia o aparecimento do fogo.
ASPECTO LEGAL: De acordo
com a Norma Regulamentadora Nº 23 - Proteção Contra Incêndios, todas as
empresas deverão possuir:
·
Proteção contra incêndios;
·
Saídas suficientes para uma rápida evacuação do prédio;
·
Equipamentos suficientes para combater o fogo no seu início;
·
Pessoas treinadas no uso correto dos equipamentos (extintores, hidrantes,
etc.).
PREVENÇÃO
O principal objetivo da prevenção é
impedir o aparecimento de um princípio de incêndio, seja dificultando o seu
desenvolvimento ou proporcionando sua extinção.
HIERARQUIA DE AÇÕES: Em caso
de incêndio deve-se adotar os seguintes procedimentos:
·
Acionar o Corpo de Bombeiro;
·
Iniciar o abandono do estabelecimento;
·
Combater o fogo.
CLASSIFICAÇÃO
DOS INCÊNDIOS
CLASSE
CATEGORIA
|
MATERIAL
|
MÉTODO
DE EXTINÇÃO
TIPO
DE EXTINTOR
|
A -
(I)
|
Material combustível comum: papel, madeira, tecido,
etc. que ao queimarem, deixam resíduos
|
Resfriamento: água ou extintor que contenha água.
|
B -
(II)
|
Líquidos inflamáveis: gasolina, óleos, tintas, graxas,
etc., que ao queimarem não deixam resíduos
|
Abafamento: extintores que abafam ou isolam o líquido
inflamável do ar: pó químico, espuma, CO-2
|
C -
(III)
|
Equipamentos elétricos energizados
|
Extintores não condutores de corrente elétrica, ou
seja, não contenham água: CO-2 e pó químico seco.
|
D - (IV)
|
Metais Pirofóricos: magnésio, tungstênio, titânio,
zircônio
|
Areia, compostos químicos especiais, grafite, limalha
de ferro ou sal-gema.
|
QUADRO
COMPARATIVO (CARACTERÍSTICAS DOS EXTINTORES)
CATEGORIA
DE
|
EXTINTOR
|
|||
INCÊNDIO
|
PÓ
QUÍMICO SECO
|
ESPUMA(*)
|
CO2
|
ÁGUA
|
A -
(I)
MADEIRA,
TECIDOS,
PAPÉIS,
ETC.
|
Não; mas controla inícios de incêndio
|
Sim
|
Não; mas controla pequenos focos
|
Sim
|
B -
(II)
ÓLEOS,
GASOLINA,
TINTAS,
GRAXAS,ETC.
|
Sim
|
Sim
|
Sim
|
Não
|
C -
(III)
EQUIPA.ELÉTRICO
ENERGIZADO
|
Sim
|
Não
|
Sim
|
Não
|
D -
(IV)
METAIS
PIROFÓRICOS
|
Agentes extintores: areia, compostos químicos
especiais, grafite, limalha de ferro ou sal-gema
|
|||
E -
(V)
INCÊNDIOS
NUCLEARES
|
Extinção Específica
|
(*) Espuma
Mecânica
PRIMEIROS SOCORROS: Abaixo fornecemos noções básicas, simples e importantes
para o atendimento de primeiros socorros. É bom lembrar que a vida do acidentado depende do modo e
da rapidez com que tais atendimentos são dados.
Hemorragia:
Toda a vez que o sangue sair do interior das veias ou artérias
provoca hemorragia.
Características:
· Quando se
nota que o sangue jorra ou espirra em jato sabemos que houve lesão de artéria e
o sangue é de cor vermelho vivo;
· Quando o
sangue flue continuamente sem jatos, a lesão foi das veias e sua cor é vermelho
escuro azulado;
· Quando o
sangue é visto sair do ferimento, dizemos tratar-se de hemorragia externa, em caso contrário a
hemorragia é chamada interna.
Tratamento:
nas hemorragias de
pequena intensidade em braços e pernas, eleva-se o membro
ferido, fazendo compressão com gaze ou pano limpo.
nas
hemorragias abundantes:
· O procedimento deve ser rápido e
seguro, iniciando por cortar ou rasgar rapidamente as roupas para que o
ferimento fique bem exposto;
· Em
seguida com gaze ou mesmo uma toalha fazer compressão sobre a ferida;
· As
hemorragias das pernas, braços e dedos podem ser controladas por meio de
garrote (gravata, lenço ou tira de pano).
nas
hemorragias nasais (epistaxes):
· desapertar
as roupas e retirar gravatas;
· colocar o
acidentado em posição recostada e com a cabeça elevada;
· comprimir
com o dedo indicador a asa do nariz contra o septo nasal durante 5 a 10
minutos.
nas
hemorragias de pescoço: comprimir
o local com gaze e nunca usar garrote.
nas Queimaduras: As queimaduras são lesões produzidas
pelo excesso de calor, eletricidade ou produtos químicos (ácidos, bases).
Classificação:
Podem ser de 1º, 2º e 3º graus e são tanto mais graves
quanto mais extensas as áreas do corpo atingidas.
Tratamento:
· cobrir o
local queimado com gaze;
· nas
queimaduras extensas, procurar envolvê-las com panos, lençóis limpos
ou plásticos;
· se a
queimadura for produzida por embebição da roupa com ácidos ou bases, retirá-la,
imediatamente, e lavar com água corrente a superfície atingida;
· nunca usar no local queimado qualquer “remédio caseiro”;
· não perfurar bolhas;
· encaminhar para avaliação médica.
· nunca usar no local queimado qualquer “remédio caseiro”;
· não perfurar bolhas;
· encaminhar para avaliação médica.
Insolação e Intermação
Características:
· A
insolação é provocada pela ação direta dos raios solares;
· A
intermação é devida a proximidade da fonte de calor, como por exemplo, fornos
utilizados por fundidores, maquinistas, foguistas, etc.
Tratamento:
- · retirar a roupa do doente;
- · colocá-lo na sombra ou ambiente fresco e arejado;
- · promover hidratação, se necessário.
Desmaios
Características:
São causados por diversos motivos, tais como:
· fraqueza;
· jejum prolongado;
· posição
erecta imóvel.
Tratamento:
· desapertar
as roupas da vítima e colocá-la em lugar arejado;
· falar com
a vítima no sentido de respirar fundo, abaixando forçadamente sua cabeça para a
frente, colocando-a entre as pernas, em nível mais baixo do que os joelhos;
· pode-se
também, manter a vítima deitada de costas, procurando deixar a cabeça em nível
mais baixo do que o restante do corpo.
Ferimento
dos Olhos
Características:
São causados por corpos estranhos como limalha de ferro, poeira, insetos,
esmeril, materiais ácidos, cáusticos, etc.
Tratamento:
· não
tentar retirar o corpo estranho;
· nos casos
de materiais ácidos, ou cáusticos, lavar imediatamente o olho atingido em
água corrente;
· fazer
tamponamento e encaminhar a vítima para atendimento médico.
Lesões nos ossos e
articulações
Lesões
na coluna:
· mantenha
a vítima agasalhada e imóvel;
· não mexa
e não deixe ninguém tocar na vítima;
· nunca
vire uma pessoa com suspeita de fratura na coluna;
· observe
os sinais vitais;
· o transporte
tem de ser feito em maca ou padiola, evitando-se ao máximo curvar o corpo do
acidentado;
· durante o
transporte em veículos, evitar balanços e freadas bruscas para não agravar a
lesão;
· quando a
lesão for no pescoço, enrolar ao redor do mesmo, sem apertar, uma camisa,
toalha ou outro pano, para imobilizá-lo.
Fraturas: Em
caso de fraturas, o primeiro socorro consiste apenas em impedir o deslocamento
das partes quebradas para se evitar maiores danos.
Características:
· fraturas
fechadas: quando o osso se quebrou mas a pele não foi perfuradas;
· fraturas
expostas: quando o osso está quebrado e a pele rompida.
Providências:
nas fraturas fechadas:
nas fraturas fechadas:
· manter o
membro acidentado na posição em que foi encontrado, procurando não corrigir
desvios;
· Colocar
talas sustentando o membro atingido, de forma que estas tenham comprimento
suficiente para ultrapassar as juntas acima e abaixo da fratura;
· qualquer
material rígido pode ser empregado como tala (tábua, papelão,
vareta de metal, revista ou jornal dobrado);
· usar
panos ou material macio para acolchoar as talas, a fim de evitar danos a pele;
· amarrar
as talas com ataduras ou tiras de pano, não muito apertadas, na extremidade da
junta abaixo da fratura e na extremidade da junta acima da fratura.
nas fraturas
expostas:
· colocar
uma gaze, um lenço ou um pano limpo sobre o ferimento;
· fixar
firmemente o curativo no lugar, utilizando-se para isso, de uma gravata,
tira de pano, etc.;
· no caso
de hemorragia grave siga as instruções vistas anteriormente;
· manter a
vítima deitada;
· aplicar
talas, conforme descrito para as fraturas fechadas, sem tentar puxar o membro
ou fazê-lo voltar a sua posição natural;
· transportar
a vítima para um médico ou hospital, conforme instruções anteriores, após a
fratura ter sido imobilizada.
Luxações ou Deslocamentos:
· Toda vez
que os ossos de uma articulação ou junta saírem de seu lugar proceda
como no caso de fraturas fechadas.
· Colocar o
braço em uma tipoia quando houver luxação do ombro, cotovelo ou
punho;
· Encaminhar
para atendimento médico.
Entorses:
· Tratar
como se houvesse fratura fechada;
· aplicar
gelo e compressas frias;
· encaminhar
para atendimento médico.
Intoxicações: Tipos:
§ por
ingestão;
§ por
inalação;
§ por
contaminação da pele.
Providências:
· observar evidências
no local (frasco de veneno, comprimidos, etc.);
· avaliar
sinais vitais e nível de consciência;
· remover a
vítima para local arejado, quando houver contaminação do meio ambiente;
· retirar a
roupa e lavar com água corrente, quando houver contaminação da pele;
· não provocar vômitos se a vítima ingeriu gasolina, querosene, ácidos, soda cáustica ou se ainda estiver inconsciente ou apresentando convulsões;
· não ofereça líquidos e nem antídotos caseiros;
· não provocar vômitos se a vítima ingeriu gasolina, querosene, ácidos, soda cáustica ou se ainda estiver inconsciente ou apresentando convulsões;
· não ofereça líquidos e nem antídotos caseiros;
· encaminhar a vítima para atendimento médico.
Ressuscitação Cárdio Pulmonar – RCP: A RCP é um
conjunto de medidas que devem ser seguidas no caso de haver uma parada cardíaca e/ou respiratória até
que se transporte a vítima ao local adequado para atendimento médico.
Parada
Respiratória:
· Quando ocorre a ausência total de respiração;
· A pessoa morrerá se a respiração não for imediatamente
reestabelecida.
Sinais da Parada
Respiratória: ausência da expansão torácica e ausência da saída de ar pela narina ou boca.
Providências:
· aproximar
o ouvido da face da vítima para tentar ouvir se há passagem de ar; ou
· colocar
um espelho ou algum objeto de vidro à frente da boca e narinas da vítima e se
este não ficar embaçado estará constatada a parada respiratória;
· aplicar
imediatamente 04 (quatro) insufladas de ar e para isto:
· colocar a
vítima na posição correta (deitada de costas apoiando o seu pescoço com uma mão
e com a outra pressione a testa para baixo;
· manter a
cabeça nesta posição, tampar as narinas e assoprar vigorosamente dentro da boca
da vítima (posicionar os lábios de forma que abranja toda a boca da vítima para
que não haja escape de ar);
· em
crianças, abranja com os lábios a boca e a narina;
· entre
cada insuflada de ar, retire a boca para não dificultar o retorno do ar
(expiração);
· após as
04 (quatro) primeiras insufladas continuas, manter a respiração num ritmo de 12
(doze) a 16 (dezesseis) por minuto;
· quando a
parada respiratória for causada por gases venenosos, vapores químicos ou falta
de oxigênio, remover a vítima para local arejado antes de iniciar a respiração;
· quando a
parada respiratória for causada por afogamento, retirar, se possível, a vítima
da água ou removê-la para um barco ou para um local mais raso para iniciar a
respiração;
· quando a
parada respiratória for causada por sufocamento por saco plástico, rasgar o
plástico e iniciar imediatamente a respiração;
· quando a
parada respiratória for causada por choque elétrico, interromper ou separar a
vítima da corrente antes de iniciar a respiração.
Parada Cardíaca:
Sinais da Parada Cardíaca:
· ausência
de batimentos do coração;
· ausência
de pulsação (carotídea, femural ou radial);
· acentuada
palidez.
Providências:
· colocar a
vítima deitada de costas sobre superfície dura;
· colocar
as duas mãos sobrepostas e com os dedos entrelaçados na metade inferior do esterno da vítima;
· fazer a
seguir uma pressão com bastante vigor, para que o esterno baixe mais ou menos
05 (cinco) centímetros e comprima o coração de encontro a coluna vertebral
(descomprima em seguida);
· repetir a
manobra tantas vezes quantas necessárias (cerca de 60 (sessenta)
compressões por minuto).
· em bebês
fazer pressão apenas com 02 (dois) dedos para se evitar fraturar as costelas.
Parada
Cárdio-Respiratória:
Se houver ao mesmo tempo parada
cárdio-respiratória, deve-se executar massagem cardíaca associada à respiração
boca a boca, da seguinte maneira:
· fazer 15
(quinze) massagens cardíacas e sem interrupção, aplicar 02 (duas) respirações
boca a boca, repetindo este ciclo tantas vezes quantas necessárias (isto se
estiver sozinho prestando socorro);
· fazer 05
(cinco) massagens cardíacas enquanto o segundo socorrista aplica uma respiração
boca a boca (caso estejam em dois socorristas);
· caso
necessário, continuar estes procedimentos enquanto a vítima estiver sendo
transportada para o hospital.
Referência Bibliográfica
1. Manual de Segurança e Saúde no Trabalho – GONÇALVES,
Edwar Abreu, LTR – 3ª edição, 2006;
2. Cadernos de Saúde do Trabalhador - Manual de Ação
Sindical em Saúde do Trabalhador – FREITAS, Nilton - Instituto Nacional de
Saúde no Trabalho, 2000;
3. Segurança do Trabalho online.
ERGONOMIA
e LER/DORT
Ergo: Trabalho - Nomos: leis, normas.
O que
é Trabalho?
“Palavra que
indica aplicação de forças humanas para alcançar um determinado fim, ou uma
atividade coordenada, de caráter físico e/ou intelectual, necessária à
realização de qualquer tarefa, serviço ou empreendimento”.
IIda,1996
O que
é processo de trabalho?
“Em geral, é todo
processo de transformação de um objeto físico ou não, em produto ou serviço,
seja esse em estado natural ou já trabalhado. Transformação efetuada por uma
atividade humana determinada, utilizando energia mental e física e instrumentos
de trabalho”. MACHADO, 1994.
O que
é Ergonomia?
Vejamos
a resposta dada pela Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO):
“A ergonomia é o estudo da
adaptação do trabalho às características fisiológicas e psicológicas do ser
humano”.
Escolas
que estudam a Ergonomia
• Escola Americana: busca o ótimo
relacionamento entre máquina-homem como elementos de um sistema. “a
tecnologia das comunicações máquina-homem” (1971).
• Escola
Européia: busca o ótimo relacionamento homem - máquina,
porém o enfoque é o fator humano. “o estudo científico das relações entre o
homem e o seu ambiente de trabalho” (1965).
Quem é
um Ergonomista?
“Em alguns
países, já é possível fazer um curso de graduação em ergonomia. Em outros
países, profissionais como engenheiros, desenhistas industriais, médicos,
psicólogos, podem adquirir conhecimentos e treinamentos em ergonomia, em cursos
lato senso”.
Quais
as vantagens da aplicação dos métodos ergonômicos?
O
método ergonômico possibilita tornar um ambiente de trabalho mais agradável, do
ponto de vista do conforto dos móveis, máquinas e equipamentos; da eficiência
da produção; do melhoramento das relações interpessoais; do melhoramento das
técnicas de produção; da qualidade e custo de produção; das condições de
trabalho e da criação da gestão participativa, do respeito hierárquico e entre
os iguais, entre outras.
Quais
os profissionais que colaboram com a ergonomia?
São eles: Engenheiro (a) (projeto e
produção ergonomicamente seguros); Design (metodologia de projeto e design do
produto); psicólogo (a) (relações interpessoais e motivacional); Médico (a) e
Enfermeiro (a) (prevenção de acidentes e doenças do trabalho); administrador
(a) (projetos organizacionais e gestão de R.H.); OBS: Técnico de
Segurança do Trabalho, experiente, pode promover pequenas modificações no
ambiente de trabalho.
Surgimento
da Ergonomia como Ciência
“O grande evento
desencadeador da Ergonomia foi o projeto da cápsula espacial Norte Americana.
Naquela ocasião (1960), motivado pelo desafio das super potências (Estados
Unidos versus União Soviética), os astronautas norte americanos tinham força
suficiente perante a opinião pública e passaram a exigir melhores condições,
especialmente no interior da cápsula espacial”.
Postura
e movimento
A biomecânica é a ciência que estuda o movimento do corpo e seus
impactos nas articulações, tendões músculos e esqueleto humano.
Cuidados
recomendados pela biomecânica:
• As articulações devem
ocupar uma posição neutra (punho, cotovelo, ombro, joelho, pescoço, tornozelo e
coluna vertebral);
• Conserve o peso próximo ao
corpo, para diminuir as tensões;
• Evite curvar-se para frente
(há contração dos músculos e ligamentos das costas);
• evite inclinar a cabeça;
• evite torções do tronco;
• evite movimentos rápidos que
produzem picos de tensão;
• alterne posturas e
movimentos;
• restrinja a duração do
esforço muscular contínuo;
• previna a exaustão muscular;
• pausas curtas e freqüentes
são melhores.
Esforço
físico: A fisiologia é a ciência que estuda as demandas
energéticas do corpo humano, principalmente as do coração e dos pulmões.
Cuidados
e recomendações da fisiologia:
• o gasto energético no
trabalho é limitado (observe e sinta o seu corpo);
• trabalhos pesados exigem
pausas para recuperação e alimentação adequada à atividade diária.
Dimensões
e proporções do corpo humano:
A antropometria é a ciência que estuda as
dimensões e proporções do corpo humano. Cuidados e recomendações da
antropometria:
• Considere as diferenças
individuais do corpo (as mesas e cadeiras devem ser reguláveis);
• Use tabelas antropométricas
adequadas para os brasileiros;
Postura:
Os estudos mais
recentes têm mostrado que a melhor postura é aquela em que o trabalhador tenha
total liberdade de se mover, quando se sentir incomodado da posição anterior.
Esse fato fortalece a tese de que, em sua residência o trabalhador tem a
liberdade que, normalmente, não tem no trabalho. Por esse motivo ele adoece
mais no trabalho do que em sua casa.
Recomendações:
• Proporcione variações
das tarefas e atividades;
• Introduza trabalho com
posturas alternadas sentado e em pé;
• Alterne as posições
sentadas;
• Use um selim para
apoiar o corpo na posição em pé.
Trabalho
sentado:
• Alterne as
posições sentada, andando e em pé;
• Ajuste a posição
do encosto e altura do assento;
• Limite o número
de ajustes possíveis da cadeira;
• Ensine a forma
correta de ajustar a cadeira;
• Use cadeiras
especiais para tarefas específicas;
• A altura da
superfície depende da tarefa;
• Use apoio para os
pés;
• Incline a
superfície para leitura;
• Deixe espaço para
as pernas.
Trabalho
em pé:
• A altura da superfície
de trabalho em pé depende da tarefa (trabalho leve, moderado e com força);
• A altura da bancada
deve ser ajustável;
• Não use plataformas;
• Reserve espaço para
pernas e pés;
• Evite alcances excessivos;
• Coloque uma superfície
inclinada para leitura.
Regras
específicas para projetos de postos de trabalho: Na decisão sobre o trabalho sentado ou
em pé, devem ser considerados os seguintes aspectos:
• a localização dos
sistemas de controle e comando;
• a intensidade e as
direções das forças a serem exercidas;
• a freqüência do
trabalho em pé ou sentado;
• o espaço para acomodar
as pernas, quando sentado.
Posturas
das mãos e braços:
• Selecione a ferramenta
correta;
• Consultar o mercado para se
certificar se já existe ferramentas e máquinas mais adequadas à tarefa;
• Use ferramentas com
empunhadura para não torcer o punho;
• Alivie o peso das
ferramentas manuais;
• Faça manutenção
periódica das ferramentas;
• Preste atenção na forma
da pega;
• Evite ações acima do
nível dos ombros;
• Evite trabalhar com as
mãos para trás.
Movimentos:
• Prefira transporte
mecânico para remover mercadorias pesadas;
• Diminua o número de
tarefas que envolvam a carga manual;
• Crie condições
favoráveis para o levantamento de cargas;
• Limite o levantamento
de cargas para 23 Kg. No máximo;
Organização
do trabalho:
Cada
atividade tem suas peculiaridades que devem ser observadas uma a uma. Há
execução diferente de pessoa para pessoa (trabalho real), em função da fadiga e
outras variáveis. Desta forma, o ritmo ideal, as necessidades de intervalo de
pausas para recuperação, necessidades fisiológicas, produtividade, relações
interpessoais, devem ser avaliados cuidadosamente, caso a caso.
As comunicações
do ser humano no trabalho
As comunicações
preenchem dois grandes tipos de função no trabalho:
• Motivacional: permite
a melhoria das relações sociais na organização e o surgimento de novas soluções
técnicas;
• Operacional: assegurar
o fluxo das informações necessárias para que se estabeleçam as interações das
operações necessárias à produção.
Iluminação correta nos ambientes de
trabalho
CLASSIFICAÇÃO
BÁSICA DE ILUMINAÇÃO
|
||||
CLASSIFICAÇÃO
|
NÍVEL
DE ILUMINAÇÃO (LUX)
|
TAREFA
|
||
BAIXA |
100 A 200 LUX |
Circulação;
Reconhecimento
facial;
Leitura
casual;
Refeição;
Terminais
de vídeos.
|
||
MÉDIA
|
300 A 500 LUX
|
Leitura/escrita
documentos com alto contraste; Conferências.
|
||
ALTA
|
500 A 1000 LUX
|
Leitura/escrita
com fontes pequenas e baixo contraste;
Desenho
técnico.
|
||
Qualidade
do ar aceitável:
• O ar sem concentrações
de contaminantes prejudiciais à saúde, com o qual uma parcela significativa de
pessoas expostas se sentiriam satisfeitas.
• A função da ergonomia
é antecipar e evidenciar as restrições da qualidade do ar nas situações de
trabalho de modo a preservar a saúde do trabalhador.
Contaminantes
atmosférico: São gases vapores e partículas sólidas
ou liquidas suspensa ou dispersas no ar. Divide-se em: Agentes
biológicos – microorganismos, vírus, bactérias e fungos. Agentes
químicos - gases, vapores, poeiras, fumos, névoas, fumaças.
Fundamentos
jurídicos da Ergonomia no Brasil:
NR-17: Ergonomia
Redação atual dada pela Portaria
MTPS nº 3.751, de 23/11/1990. Art. 7º XXII e XXXIII da CF – 1988; Arts. 72,
198, 199, 253, 390 da CLT; e Súmula TST Nº 346, digitador, intervalo
intrajornadas. Art. 72 da CLT; anexos I e II da NR – 17 (Teleatendimento;
Telemarketing e Checkout)
Fundamentos jurídicos da Ergonomia
no Brasil:
NR-17: Ergonomia
NR-17: Ergonomia
Constituição Federal – 1988
• Título II: Dos Direitos
e Garantias Fundamentais (Arts. 5º a 17 da CF/88);
• Capítulo II: Dos
Direitos Sociais (Arts. 6º a 11 da CF/80);
Consolidação das Leis do Trabalho:
CLT (Decreto – lei nº 5.452, de
1º/05/1945) Art. 72, repouso de 10 minutos; 198 é de 60 kg. O peso máximo
individual, exceto menor e mulher; 199 assentos ergonômicos; 253, 20 minutos de
repouso a cada hora p/ quem trabalha em climas alternados; 390 peso máximo p/
mulher 20 kg.; 405, ao menor não será permitido o trabalho.
Portaria 8ª e 9ª (anexo I e II ) da
Norma Regulamentadora nº 17 – Trabalhadores em checkout e trabalhadores em
Teleatendimento e Telemarketing, entre outras.
Como
obter um ambiente ergonomicamente correto?
• Requisito epidemiológico: deve
ser capaz de reduzir a incidência (casos novos) de doenças e acidentes
relacionados ao trabalho;
• Requisito biomecânico: estudando-se
o trabalhador executando sua tarefa, percebe-se que a mecânica humana está
funcionando melhor;
• Requisito fisiológico: na
nova situação, o trabalhador se cansa menos e é menos atingido pelos agentes
externos;
• Requisito psicofísico: o
trabalhador aceita bem a solução aplicada e melhora a relação interpessoal;
• Requisito de
produtividade: na nova situação não ocorre nenhum prejuízo de
produtividade, ou até aumenta a mesma.
____________________________________________________________________
Org: Jurandir A. de Albuquerque –
Economista, Especialista em Saúde do Trabalhador e Epidemiologia
____________________________________________________________________Referências
Bibliográficas:
•COUTO, Hudson de
Araújo - Ergonomia Aplicada ao Trabalho – em 18 lições – Belo Horizonte,
maio de 2002 – Ergo Editora Ltda;
• DUL, Jean e WEERDMEESTER, Bernard –
Tradutor: LIDA, Itiro – Ergonomia Prática, 2ª edição – Editora
Edgard Blücher, São Paulo, 2004;
• MASLACH, Christina
e LEITER, Michael P. – Tradutor: MARTINS, Mônica Saddy
– Trabalho: Fonte de Prazer ou Desgaste? – Guia para vencer o
estresse na empresa – Editora Papirus, São Paulo, 1999;
• GONÇALVES, Edwar
Abreu - Manual de Segurança e Saúde no Trabalho – LTR, 3ª
edição, 2006;
• LEGISLAÇÃO EM SAÚDE – Caderno de Legislação em Saúde do Trabalhador, 2ª
edição, Brasilia, 2005;
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.